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segunda-feira, 4 de abril de 2011

"Ali e Aqui"

(Frise-se, por favor, as aspas do título)

Ainda não sei que tipo de sentimento ou motivação me faz redigir essa justaposição de palavras. Não pertenço mais ao tempo. O espaço me é inconstante. As idéias, embaralhadas e confusas, ainda não parecem se organizar de um modo racionalmente compreensível ou descritível. A incerteza do que vem sobre minha mão aguça minha curiosidade de conhecer as limitações da imaginação, assim como encontrar os sentimentos expressos para além da razão. Aliás, nada aqui é razoável.

O que define o tempo? Os segundos contidos nos minutos e nas intermináveis horas? As semanas calejadamente constituídas de um dia após o outro? Os experientes anos, divididos em meses que, de repente, parecem efêmeros?

Mas, para além do calendário, poderia haver um outro ritmo para o espaço do tempo? Algo como deixá-lo em liberdade, para simplesmente sê-lo... Ou melhor, sem domínios. Além dos números e dos nomes, que o delimitam, o tempo pode ser compreensivelmente relativo para aqueles que alimentam sonhos ou compartilham esperança?

Onde se encontra a linha que divide o passado dos sonhos futuros e da realidade presente nos conceitos?

Às vezes, sinto que estou aquém disso, como se esse tempo não pudesse me ordenar. Minha mínima organização parece não se sujeitar a essa impiedosa força. Essa linha parece muito sensível, a ponto de ser quebrada com um simples brilho no olhar, algo como paralisando os próximos segundos. Enfim, todo o abstrato parece ser concretamente palpável. Então, sentimos arder, novamente, em presente, o que, um dia, foi passado. E esse se confunde entre o que parece e o que é provável, e assim, parece se perder do limite que já ultrapassou.

É como se absolutamente, palavra alguma fosse capaz de levar à dimensão dos guardiões de memórias e belas lembranças mergulhadas nas mais imortais imagens que se guardam na alma.

O passado simplesmente se torna concreto aos olhos e real ao toque.

A confusão se estabelece.

Não existe mais o que passou. É como se tivéssemos ganhado uma nova chance de descobrir o que existe, intimamente, em nós. Porque nada parece ter passado. E a verdade começa a se constituir, depois de ser enganada.

Há algo como congelamento. Nas investidas da razão, nada parece ser puramente plausível. Talvez, nem devesse ser. Poderia ter sido simples, rápido, direto. Mas a linha sensível que delimita os espaços no tempo, quando tocada, faz transbordar pela corrente sanguínea o que, geralmente, nunca circula por ela.

E não há necessidade de evocar o passado, ele, simplesmente, se materializou no mais inesquecível presente.

sábado, 2 de abril de 2011

Alma inundada
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