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domingo, 27 de fevereiro de 2011

Certo dia


Certo dia, ao som do Kiss, uma das melhores e mais importantes bandas de rock´n roll dos anos 80, eu andava pelo bairro, pedalando a minha bicicleta cor de manga rosa, para lá e para cá, subindo e descendo a ladeira, passando por entre lindos arbustos, tomada por um inexplicável sentimento de felicidade.

O que me fazia assim tão inexplicavelmente leve? O que me deixava tão em paz? Eu me sentia além... Um avião... Um pássaro... Além daquele lugar... Além daquele mundo, daquele planeta. Tudo, em absoluto, parecia tão diferente e bonito... Era tudo tão lindo!

E, de repente, quando nada mais parecia me prender, mais bonito ainda é prestigiar algo tão absurdamente exclamativo e curioso: que inteligência a do gari fazer música com um serrote velho encontrado no lixo e andar de skate simultaneamente!

Aquilo, então, parecia ter sido o ápice da minha alegria! Quando percebi, estava estacionando e sentando à sombra de uma árvore daquele velho jardim que, volta e meia, era cuidado pela senhora que por ali mora numa pequena casa amarela de flores na entrada.

Uma empolgante e inexplicável emoção me fazia tirar da mochila, um lápis de cor e uma caneta, para desenhar e escrever sobre capacidade que o tempo tem de fazer a decantação entre amor e ódio.


Assim, enquanto eu lembrava do meu pai em sua persistência pela justiça entre os cidadãos e a eterna sinceridade da leal amizade, percebi que a verdadeira informação, o que importa de verdade, não é o que é posto pela mídia: toda aquela chuva de teodolito, tijolo e paralelepípedo, de um jogo obnubilado e consuetudinário até, mas o que vale mesmo é saber que o surgir da lua, não é o fim da estrada, e sim a preparação para o nascer do sol dos incontroláveis sorrisos.


sábado, 19 de fevereiro de 2011

Para Mar & Ana

"Salve, slave, poetisa!

Me conte como estás!

Não fique insegura

A sua é uma alma especial

É alma de poetiza

Tem asas

E versa sobre o mundo inteiro"

(Lielson Wanderley, o Mastermind).

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

O que escrever quando as palavras não conseguem suprir o desejo de transpor o que apenas meus sentimentos explodem quando meu espírito parece flutuar?

Qual o papel das palavras?

Meu coração distrai...

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Nada mais puro

Foto: Mariana Moura

Uma mangueira. Um gramado novo. Água corrente. Pronto.

A criança nasce em mim.

Aquele sorriso. A incomparável felicidade.

Eu neles.

Eu, eles.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Uma feirinha de sonhos



Por trás dos produtos, pessoas. E, dessas, a esperança de mudar seu destino, em meio aos corredores de sombra e penumbra à escuridão dos labirintos ora cheios de encontros com pessoas em seus desejos, ora vazios em seus desencontros com aquelas, que, talvez, lhe proporcionem, mais que um sorriso, esperança e alívio pela sensação de que fez o que deveria: a volta para casa com seus sacos não necessariamente vazios, mas cheios de sonhos.

Seu dia, uma conquista.

Só aqui se é possível rimar simpatia com rotina. Humildade com sorriso. Criatividade com fluxo.

Só aqui encontramos as misturas. E nos misturamos.

Só aqui encontramos coisas e pessoas se associando. É a menina do pimentão, o senhor da melancia e o rapaz da banana.

Só aqui nos livramos de classes sociais e percebemos que todos somos iguais.

Só aqui, pessoas, animais, e bicicletas correm ao mesmo ritmo.

Só aqui a solidão não parece triste. Pois, é a espera.

Foto: Mariana Moura