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domingo, 27 de fevereiro de 2011

Certo dia


Certo dia, ao som do Kiss, uma das melhores e mais importantes bandas de rock´n roll dos anos 80, eu andava pelo bairro, pedalando a minha bicicleta cor de manga rosa, para lá e para cá, subindo e descendo a ladeira, passando por entre lindos arbustos, tomada por um inexplicável sentimento de felicidade.

O que me fazia assim tão inexplicavelmente leve? O que me deixava tão em paz? Eu me sentia além... Um avião... Um pássaro... Além daquele lugar... Além daquele mundo, daquele planeta. Tudo, em absoluto, parecia tão diferente e bonito... Era tudo tão lindo!

E, de repente, quando nada mais parecia me prender, mais bonito ainda é prestigiar algo tão absurdamente exclamativo e curioso: que inteligência a do gari fazer música com um serrote velho encontrado no lixo e andar de skate simultaneamente!

Aquilo, então, parecia ter sido o ápice da minha alegria! Quando percebi, estava estacionando e sentando à sombra de uma árvore daquele velho jardim que, volta e meia, era cuidado pela senhora que por ali mora numa pequena casa amarela de flores na entrada.

Uma empolgante e inexplicável emoção me fazia tirar da mochila, um lápis de cor e uma caneta, para desenhar e escrever sobre capacidade que o tempo tem de fazer a decantação entre amor e ódio.


Assim, enquanto eu lembrava do meu pai em sua persistência pela justiça entre os cidadãos e a eterna sinceridade da leal amizade, percebi que a verdadeira informação, o que importa de verdade, não é o que é posto pela mídia: toda aquela chuva de teodolito, tijolo e paralelepípedo, de um jogo obnubilado e consuetudinário até, mas o que vale mesmo é saber que o surgir da lua, não é o fim da estrada, e sim a preparação para o nascer do sol dos incontroláveis sorrisos.


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