Às vezes, tento me desencontrar do espaço e do tempo. E longe dos devaneios – ou realidades – a atemporalidade faz os segundos de encontro comigo mesma, mergulhada em meus vãos e relevantes sentimentos, parecerem infinitos ao ponto de se perpetuarem como uma longa vida – daquelas que se fazem valer uma história de memórias (e de amor) –.
Mas, como um insensível despertador que interrompe os mais belos sonhos, o tempo e o espaço, cúmplices, me vêm como para me despertar da minha inospicidade e, num chamado tão violento que dá até para sentir os socos e bofetões em ambas as minhas faces, para me trazer de volta.
E, de volta – sempre de volta –, parece que nunca saberei o que “eu” quer de mim. Todas as nossas tentativas de encontro são frustradas pelo tempo e pelo espaço que, para se manterem no imaginário precisa que minha cognição esteja ativamente presente, a fim de que as lembranças sejam concretas.
Como posso estar comigo se o tempo e o espaço tentam me consumir por completo para que seja eternizado em minhas memórias? Como posso equilibrar já que o tempo não me espera e o espaço me é diferente a cada momento?
A perfeita congruência entre mim e “eu” é, qualificadamente, indispensável. É essencial.
Eu só preciso que o tempo me dê tempo, e o espaço respeite o meu...
Nenhum comentário:
Postar um comentário