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domingo, 14 de novembro de 2010

Bons Ares de Buenos Aires - Parte II

E lá vou eu no banco do carona, a caminho de casa... eu parecia não pensar em nada. Ainda me sentia dormente ou como se me sentisse na rotina. Mas, qundo eu olhava para aquele lindo (lindo) condutor, eu era obrigada a afirmar "isso é verdade!", então, ele me tocava e eu segurava forte sua mão, acompanhando-a ao câmbio de marcha (sempre que necessário). Sua voz me fazia tremer, "Meu Fofinho!"

Mais de um mês à distância trouxe os mesmos assuntos diariamente compartilhados . Eram frases tão simples, mas que me traziam à realidade. "hicimos feria ayer, Belleza"; "Frida, cresció".

Eu, dormente, cansada e ansiosa.

E finalmente, "¡llegamos!". Entramos no prédio na rua da "Biblioteca Popular", e chamamos o elevador - foi a primeira vez que abri, manualmente um -, que claramente, era uma peça rara - e depois de saber que os metrôs da cidade foram usados no Japão nos anos 60, pensei que esse também seria o caso daquela máquina de porta sanfona (reparem: sanfonada) que eu abria-. 3 pessoas era o número máximo de pessoas que cabiam naquele perímetro tão pequeno que não cabia meus braços abertos.

7 andares para cima e chegamos ao apartamento "A" (tão aconchegante). Vi a varanda antes mesmo de entrar, mas eu queria mesmo era ir direto para o quarto. Precisava despir minhas roupas, abandonar minha mala no canto entre a cama e a porta da varanda. Então vi o edredon vermelho me convidando e não resisti: deitei um pouco, abraçada ao Daniel. "Bueno que estás acá, Belleza".

Um delicioso banho e já me percebo dormindo. Zelando e acariciando-me, o eterno Daniel.

Diferentemente do Brasil, já eram 18h e o sol era igual ao das 15h. Eu estava encostada na varanda observando  as crianças, quando Eliseo Veron me cumprimenta. Uma caipirinha (feita pelo Dani), para matar saudade, na varanda e seguimos ao Social Paraiso, um restaurante que oferecia em seu menu a opção "cuzcuz" - e esse foi meu ansioso pedido, entretanto, nada tem a ver com o nosso (nada) -. Da mesa ao lado escuto um português tão bem falado em uma voz tão familiar. Virei e descobri: Zeca Camargo (aquele mesmo do Fantástico) estava com uns amigos ali. Soltei um "Oxi!".

Um ótimo jantar de boas vindas, um vinho delicioso. Caminhamos de volta para casa sentindo o friozinho que soprava. E finalmente, dormi, minha primeira noite em Buenos Aires.

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