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segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Bons Ares de Buenos Aires

Depois de onze horas entre conexões e escalas, minha camiseta da seleção brasileira (de número 10, Kaká), estampando o orgulho da minha nacionalidade — e também para provocar os "hermanos", confesso — nao parecia mais tão limpa. Foi quando, então, finalmente, ouvi do comandante, a frase que estava esperando ha muitas horas:

"Senhoras e senhores, bem vindos ao aeroporto de Buenos Aires!"

"Ai, até que enfim! nem acredito que vou tomar banho e esticar as pernas (e ver Meu Fofinho)!"

Depois de feito os procedimentos burocráticos internacionais, finalmente me vejo perto de sair do aeroporto. Minha mala já rodava sozinha na esteira. Levei-a para mais um raio-x: "ai, tomara que não reparem, tomara que não reparem", pensei, me referindo aos 2kg de fuba e 1kg de massa para tapioca que eu levava mesmo a contagosto de painho, que dizia: "eles não vão deixar passar, isso tudo vai acabar ficando no aeroporto". E quando, a minha frente uma mulher teve sua mala toda revirada por um superior, eu tremia. As palavras do meu pai pareciam tão concretas agora. Bom, se perceberam e deixaram, ou, simplesmente não notaram, eu não sei. Passei livre pela alfândega.

Finalmente, consigo arrastar, em direção a porta do desembarque, os 19kg com rodinhas, carregando sobre o ombro direito, minha bolsa do Senhor do Bomfim e sobre o antebraço esquerdo a tão companheira jaqueta jeans que a Lívia me emprestou para eu não passar frio durante a viagem. E quando a porta automática, notando a minha aproximação, se abriu, la estava, à minha espera, o sorriso ansioso do Daniel.

"Finalmente!"
Abraços. Beijos.

Cansada, acompanhei o caminho para casa, com o corpo grudado no banco do carro. Não fazia frio em Buenos Aires — viu, mainha? —. O sol de quem me despedi em Alagoas, me acompanhou — talvez em agradecimento por eu ter sido sua vibrante platéia —. E lá estava ele, brilhando para mim. Sorrindo. Beijando.

"¡Holla, Buenos Aires!"

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